Dia da Consciência Negra e o herói chamado Zumbi
 Zumbi
 foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da 
resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 
1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do 
quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre 
Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro 
líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e 
Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. 
Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a 
inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu
 e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de 
Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da 
luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos
 Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos 
portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na 
região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, 
estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga 
(Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, 
mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo 
colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", 
funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de 
resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas.
 No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um 
período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o
 maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e
 senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era 
tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e 
corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. 
Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de 
Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, 
batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados.
 A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante 
paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído
 a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar 
Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra.
 Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos 
Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, 
principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi 
localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio 
Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto 
Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi 
coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo 
tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no 
século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que 
pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia 
da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é 
dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A
 data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos 
Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, 
incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que 
comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também 
tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos,
 luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na 
formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições 
dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da 
história do país.
Amélia Hamze
Profª da FEB/CETEC
ISEB/FISO-Barretos

 
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